terça-feira, janeiro 10, 2006

PAIXAO

A Paixão

 

O corpo inflama não por metáfora

Febre mensurável

Ardor, não simbólico, na paixão

Tudo renasce por um e-mail

O recomeço de meu desejo.

Recomeço?

Me perco de mim

 

Pensava estar mudado

que cinzas espalhadas

não eram mais chama ardente

vontade de ir ao longe 

ao foco do desejo

Me perco de mim

 

Só não esta, eu imagino

arfo em ciúme indevido

quimera de Quixote

vencer o invencível

tangir o inatingível

tornar a paixão impossível

em plácido amor requerido

Me perco de mim

 

há mundanas necessidades

vontade de tudo jogar

fora sem alarde

ir a origem de meu desejo

Jogar novamente o jogo

amar e arder em desafogo

Me perco de mim

 

quadragenário arfante

mas mero pueril infante

que faz da quimera seu estandarte

tece poemas murmurantes

que arde, que é arte, que não parte

Me perco de mim

 

Deveria fugir

ao discreto chamado

Ares de indiferença assumir

Mas a paixão já renasce

Sorrio sem alarde

E me perco de mim

Entregue a paixão

 

 

de Wellington R. Costa