Sejamos realistas:
- A polarização da globo não foi só contra Cuba e sim tbm contra o Canada e
isso pode ser virto por quem acompanhou a cobertura do PAN. Agora fica a
questão tal opção foi ideologica? Quem acharia coerencia de uma emisora de
TV brasileira comessace a torcer por outro país por questões ideologicas?
- A situação mais esperada por todos os signatarios da palavra democracia
ira ocorrer brevemente em Cuba e se chama eleições. Porque demoraram tanto
para calar aqueles que alegam que só ditadores não promovem eleições livres?
As tardias eleições em Cuba matam muitos aspectos ideologicos de criticas.
- A impresa internacional esta noticiando uma tentativa de aproximação
comercial entre Cuba e os EUA particularmente a ser focada não durante o
governo Bush e sim depois das eleições tanto de Cuba como dos EUA. Fico
imaginando se tal aproximação ocorrer de fato quais palavras de ordem vão
ser usadas contra Cuba e contra os EUA? será que vão culpar a Globo por tal
aproximação?
Ideologias a parte as pessoas devem passar a ponderar sobre a deturpação das
informações para atrela-las a tendencionalismos tanto das esquerdas quanto
das direitas. Com minhas palavras não isento a atuação da Globo de certos
tendencionalismos ideologicos, mas não é ela apenas que possui telhado de
vidro e muitos signatarios das esquerdas tem feito exatamente a mesma
coisa... isso em jornalismo se chama tendencionalismo. Cabendo a quem faz
leituras criticas das noticias saber que ambas as facções são
tendencionalistas e nenhuma delas apresenta 100% a verdade.
Quem realmente deseja conehcer a verdade sabe que ela não esta nas palavars
de ordem das direitas, das esquerdas, das corporações detentoras de
interesses financeiros... a verdade só se revela, em nossa atual sociedade
para aqueles que aprendem a filtrarem os tendencionalismos de todos
"formadores de opinião"...
Boas leituras criticas das noticias para todos... realmente espero que
consigam fugir das armadilhas tendencionalistas dos politiburgos das
esquerdas e as das oligarquias de direita... isso sem contar os
tendencionalismos das coorporações que são construidos visando lucros
independenet se tenha gestão centralizadora, cooperativa, popular ou de
elites...
O mais risivel da noticia que comento é que a critica contra a Globo foi
publicada no Globo... hehehehehe e a geração de novas formas de se calcular
as medalhas para conceder ideologicamente o primeiro lugar... até parece os
novos calculos de infração nos quais o GOvernos nos dis que devemos ficar
felizes por estarmos melhores de vida economicamente que nao temos infração
mas a cada novo mes tudo se eleva de preço nos mercados e mercearias e temos
menos recursos para comprar até alimentos...
Novos tempos novos calculos matematico ideologicos...
----- Original Message -----
8 DE AGOSTO DE 2007 - 17h30
Frei Betto: "O Globo", a Revolução Cubana e o Pan
"Acrescentam tais notícias que, nas cidades do interior (na área de
Sierra Maestra), registraram-se vários atos de sabotagem, inclusive um
atentando contra uma escola rural." (O Globo, 1º de agosto de 1957, sobre
atividades da guerrilha em Cuba, comandada por Fidel Castro)
"Ele (Fidel) já se aposentou. Quem manda agora é seu irmão - disse o
sapateiro Eduardo Diaz" (O Globo, 2 de agosto de 2007, sobre especulações a
respeito de divergências entre Fidel e Raul Castro)
As organizações Globo comemoram 50 anos de luta sem tréguas contra a
Revolução Cubana. Que coerência! A campanha sistemática começou antes mesmo
da entrada vitoriosa dos guerrilheiros em Havana, em 1º de janeiro de 1959!
Por Frei Betto
São 50 anos de manipulação. Você consegue imaginar Fidel Castro, Che
Guevara e Camilo Cienfuegos cometendo atentado contra uma escola rural e,
mais tarde, entrando gloriosamente em Havana, recebidos com festa por onde
passavam? Você acredita que algum repórter entrevistou o "sapateiro Eduardo
Diaz", em Cuba?
Durante este tempo, Fidel já esteve para ser "derrubado" e a economia
cubana "faliu" dezenas de vezes. Logo após a queda do Muro de Berlim e da
União Soviética, a contagem regressiva do fim do "regime cubano" era
acionada o tempo todo. O grande debate era quantos dias duraria a "ditadura
de Fidel"!
Na cobertura dos Jogos Pan-Americanos não podia ser diferente. Pelo
contrário, teria que ser pior. A doença de Fidel aumentou o ódio do
imperialismo, ao qual O Globo serve, pois desmoralizou uma mentira repetida
durante décadas: sem ele, o socialismo acabaria. Lembram-se das imagens no
Jornal Nacional quando do afastamento de Fidel? Os exilados cubanos em Miami
fazendo festa e os "analistas" anunciando a derradeira contagem regressiva.
Foi ridícula a cobertura do Pan pela imprensa brasileira, em especial a da
Rede Globo. Só o indomável Fausto Wolff teve a coragem de denunciá-la, em
sua coluna no JB. Não era uma cobertura do Pan, como espetáculo esportivo.
Era a cobertura das vitórias do Brasil no Pan! Uma competição indisfarçável
com os cubanos pelo segundo lugar nas medalhas.
Quem visse a Globo durante o dia, assistia, em flashes ao vivo, no meio da
programação, todas as vitórias do Brasil. À noite, quando se exibia o quadro
de medalhas, muitos de nós devíamos nos perguntar como Cuba continuava na
frente do Brasil, se durante o dia não ganhava nada. Só se via cubano
ganhando medalha quando o confronto era contra o Brasil e nossas chances
eram boas. E não ouvíamos o hino nacional cubano!
No caso dos venezuelanos, como seus esportes principais não coincidem com
os do Brasil, simplesmente não os vimos ganhar medalhas. Alguém aí se lembra
do uniforme venezuelano? E, no entanto, a Venezuela ganhou 69 medalhas,
chegando na frente da Argentina, pela primeira vez na história dos Pans.
A cobertura histérica e "patrioteira" da Globo, no indefectível estilo
Galvão Bueno e com os gritinhos de "Brasil!", empurrou a torcida brasileira
para um comportamento patético contra os "inimigos". Vaiavam-se atletas
estrangeiros até nos momentos em que o esportista precisava concentração,
desequilibrando o mais importante dos fatores numa competição: a igualdade
de condições.
Mas nada se comparou à mais grosseira das manipulações da Globo no Pan: a
"debandada" da equipe cubana no sábado à noite. Com duas equipes ao vivo,
uma na Vila do Pan e outra no aeroporto do Galeão, a reportagem mostrava os
atletas voltando para Cuba, enquanto o repórter informava ao distinto
público que toda a delegação estava indo embora, por ordem do governo,
porque no dia seguinte haveria uma "defecção em massa".
Ali, a Globo queria ir às forras pela ousadia dos cubanos de chegarem na
frente do Brasil. Aproveitando-se de um erro da delegação cubana (não ter
deixado alguns atletas do vôlei para receber as medalhas de bronze) e da
defecção de três atletas (numa delegação de 520) que aceitaram ser comprados
como mercadoria, na esperança de ficarem ricos no exterior, a emissora
mentiu descaradamente e acabou pautando toda a imprensa no dia seguinte.
O desmentido saiu nas últimas páginas dos jornais de segunda-feira, em
espaço reduzido. Mas o estrago estava feito. A verdade - do conhecimento
prévio da Odepa, do COI e do governo brasileiro - era outra. Como fizeram
todas as delegações estrangeiras, inclusive a norte-americana, os atletas
estrangeiros chegavam e saiam em função do cronograma dos jogos, na medida
que algumas modalidades acabavam e outras iniciavam.
O vôo da "debandada dos cubanos", no sábado à noite, era o penúltimo da
volta gradual da delegação cubana, que dispunha de um único avião fretado,
da Cubana de Aviación. Mas a mentira teve perna curta. No domingo de manhã,
a direção da Globo soube que o vôo de sábado não era o último e que haviam
ficado quase 200 membros da delegação cubana, para a cerimônia de
encerramento.
Com todo o aparato técnico e equipes já instalados no Maracanã, a Globo
resolveu suspender a transmissão, pois seria impossível esconder, ao vivo, a
garbosa delegação cubana desfilando em meio às outras, cena que só pudemos
assistir porque a Bandeirantes transmitiu. Aliás, só neste canal conseguimos
ver os muitos maratonistas cubanos que participaram da competição no domingo
de manhã: a Globo os escondeu!
Quanto às defecções, exploradas de forma sensacionalista, fizeram-me
lembrar os milhares de atletas brasileiros que atuam no exterior - como
praticamente todos os jogadores de nossas seleções de futebol e de vôlei - e
que são vendidos, alguns a peso de ouro, até à sua revelia, como
mercadorias, por seus proprietários (empresas, clubes e empresários).
Hoje mesmo, informa-nos a Globo, um jovem jogador gaúcho, aos 17 anos,
ainda civilmente menor, foi vendido para a Itália por R$ 56 milhões!
Lembro-me também, o que é mais triste, dos milhares de brasileiros que fogem
daqui para tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos, com risco de vida,
para lavar pratos ou entregar pizzas.
Como brasileiro, estou orgulhoso dos nossos atletas que ganharam medalhas,
principalmente os que tiveram que lutar muito para vencer, num país
capitalista, mesmo em esportes em que não é preciso ser rico, como iatismo
ou hipismo. Quem de nós não encheu os olhos de lágrimas ao ver a fita de
chegada da maratona ser rompida por um brasileiro de origem humilde?
A primeira coisa que me veio à mente foi a certeza de que o Brasil tem
tudo para ser o primeiro lugar em medalhas, inclusive olímpicas, quando
tivermos aqui uma sociedade justa, democrática, fraterna, sem a exploração
do homem pelo homem, como em Cuba, em que brancos, negros e mulatos, homens
e mulheres, são rigorosamente iguais, em direitos e deveres.
Mas, cá entre nós, como internacionalista, estou muito orgulhoso com o
primeiro lugar de Cuba neste Pan-Americano, na frente dos Estados Unidos.
Primeiro lugar? Alguém pode perguntar: mas não foi segundo? Não. O meu
grande amigo Simões já fez as contas, irretorquíveis, baseadas no critério
mais justo: a proporção de medalhas por cada milhão de habitantes.
Cuba, primeiro lugar disparado, ganhou neste Pan 11,25 medalhas por um
milhão de habitantes. O Canadá, 4,15; a Venezuela, 2,65. E mais uma vitória
do Brasil: com 0,89, chegamos na frente dos norte-americanos, que ficaram na
lanterna, com 0,79!